domingo, 15 de abril de 2012

Criptas de ouro


Num lugar morto...
Dominado pela desgraça,
Sinto um modo carinhoso de pavor...

Um lugar que eu julguei
Ser um paraíso...
Escondia a verdadeira danação
De uns grotescos sacerdotes de luxúria...

E a doce Maria, travestida
De ouro e mágoa...
E um pobre menino, nascido
Agonizante e sem voz...

Eu vejo lágrimas quebradas
Como chuva de vidros...
Eu vejo cores desbotadas,
Pelos muros lamuriantes...

E os grotescos em suas criptas de ouro
Seguindo o mestre dos sem - luz

Eu tento ver o sol,
Mas só vejo um céu cinzento
De frente ao mar
De aparência lúgubre e negra

O dia em que o riso morreu,
O dia em que o sol apagou,
O dia em que o tempo parou,
Uma espinha no rosto de Deus.

E os grotescos continuam em suas criptas de ouro...


Alann macumba

Nenhum comentário:

Postar um comentário