terça-feira, 18 de dezembro de 2012

MORTE DE UM POETA



Quando eu desta vida partir
Não quero flores em meu caixão
Nem pedidos de perdão
Se isso por acaso eu vir

Estarei no plano astral a sorrir
Dessa hipocrisia disfarçada de compaixão
Vinda de pessoas que nunca me deram atenção
E de outras que só queriam me cuspir

Eu também já andei nesses caminhos e senti toda ilusão...
E apesar do que todos esperam de mim, não quero agredir
Se não a mim mesmo, e no final de todo o texto sorrir...

Porque sempre o sonhar trouxera-me desilusão...
Então morro como um ser que morre com sua indubitável podridão...
Mas sendo mais do que um espetáculo ridículo a sorrir...

Alann Macumba

ILUSÃO



Vivendo em confusão...
Anseio livrar-me da ilusão,
Isolando-se em um sonho acordado...
Envolvido por um mundo, porém sentindo-se abandonado!

Mas como pode tanta gente conhecer-me, sem eu realmente conhecer ninguém?

Isso desafia toda minha existência e minha natureza.
Nunca pretendi mostrar nenhuma nobreza,
Só minha cotidiana anarquia de sentimentos...
Traduzida por minhas atitudes jogadas ao relento...

Trancado numa prisão...
Querendo não mais ter coração,
E com sentimentos mutilados...
Por dores já sofridas, sentindo-se torturado!

Mas como tantas pessoas podem ver se não conseguem enxergar as lágrimas de ninguém?

Sinto a dor da rejeição,
No progresso de minha confusão...
Em sã loucura minha vida está definhando...
E minha amargura interna só vai aumentando.

Ansiando livrar-me da ilusão...


Alann Macumba

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Sua salvação


Verdades e mentiras tem sido a mesma coisa ultimamente.
Uma rosa nascida do estrume humano...
As pessoas são piores quando mostram sua verdadeira face.
Um bando de imbecis com sua causa mesquinha...

Eu estou cagando na sua salvação...
E vomitando em sua mente...
Os de coração de gelo entenderão
Que nem tudo está perdido
E pedirão para puxarem o gatilho...

Verdades e mentiras dependem de um ponto de vista.
Rosas crescem em meio às fezes...
Hipocrisia guardada enquanto as máscaras apodrecem.
Idiotas procurando um motivo pra viver em vão...

Estou urinando na sua sepultura...
...e não preciso de sua salvação...
O gelo em meu coração é muito grande
E não poderá ser derretido outra vez.
Segure firme e puxe o gatilho.

Alann Macumba

terça-feira, 12 de junho de 2012

Deusa de meus sonhos




Pobres flores, ao ver teu encanto sentem-se insignificantes
Mas ainda assim, insistem em florescer...
Mas não possuem o mesmo sorriso inebriante que tu tens.
Tu possuis o mistério do sol em seus cabelos dourados...

Como um vento leve, que passa devagar e te envolve
Também desejo te envolver em meu abraço...
Mas não pretendo ser uma tempestade, que no final te desgraça...
Espero ser, pra ti, um sopro forte que só te refresque minha presença.

Esqueço de tudo quando penso em ti, pois penso em ti querendo pensar em ti.
Mas, gosto tanto de ti que tenho certa dificuldade de pensar
Sou o que sou e mesmo assim dependo de sua atenção...

Oh, grande deusa de meus sonhos!
Lance-me um olhar, um sorriso...
Segure minha mão leve-me ao teu paraíso.

Alann Macumba


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Eternamente só






Um pensamento surge-me de repente,
Tão de repente como a dor que sinto.
O amor é apenas mais uma palavra...
Gosto tanto dela que não consigo expressar em sentenças lineares.

Desejo encontrá-la, mas prefiro manter distância...
É melhor evitar a dor do abandono
Não suporto a pequenez de meus esforços
Traduzidos pela minha própria ausência de sentimentos.

Em meu coração vazio, a solidão é um pesadelo...
Se eu soubesse o que você sente...
Levar-te-ia por sonhos infinitos.

Mas eu preciso me despir dos desejos
E preciso deixar tudo pra trás...
Amanhã continuarei chorando e caindo...

...eternamente só.


Alann Macumba

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Identidade invisível


Minha sabedoria é não saber de nada.
Ou saber e fingir que não sei.
Nem pareço ser o que digo,
Nem pareço sentir o que escrevo.

Mas então, o que pareço eu??
Sei lá. Já quis ser tanta coisa que acabei me perdendo no caminho...
Hoje não aparento ser mais nada.
Não me lembro bem o que já fui. E nem procuro pensar nisso.

Sinto a amargura do passado sem pensar nele.
Sinto as pernas cansadas, mas não sei por onde passei
E nem quais rastros deixei pra trás...

Eu sinto dores do passado, mas não penso nelas
Existo só de viver sem pensar, só de sentir sem lembrar
Hoje, ainda tento ser muita coisa. Mas não aparento ser nada.




Alann Macumba

domingo, 15 de abril de 2012

Criptas de ouro


Num lugar morto...
Dominado pela desgraça,
Sinto um modo carinhoso de pavor...

Um lugar que eu julguei
Ser um paraíso...
Escondia a verdadeira danação
De uns grotescos sacerdotes de luxúria...

E a doce Maria, travestida
De ouro e mágoa...
E um pobre menino, nascido
Agonizante e sem voz...

Eu vejo lágrimas quebradas
Como chuva de vidros...
Eu vejo cores desbotadas,
Pelos muros lamuriantes...

E os grotescos em suas criptas de ouro
Seguindo o mestre dos sem - luz

Eu tento ver o sol,
Mas só vejo um céu cinzento
De frente ao mar
De aparência lúgubre e negra

O dia em que o riso morreu,
O dia em que o sol apagou,
O dia em que o tempo parou,
Uma espinha no rosto de Deus.

E os grotescos continuam em suas criptas de ouro...


Alann macumba

Debaixo das pedras


Debaixo das pedras,
Lá, debaixo das pedras...
Será que é lá que estão os sentimentos humanos já esquecidos há séculos?

Eu? Eu simplesmente estou a perguntar-me o porquê do brilho lunar está tão diferente hoje.
As pedras continuam lá, os sentimentos esquecidos e as lágrimas sem falsidade...

Será que estou sonhando? Será que o brilho lunar é o mesmo de sempre?
Sinto uma dor incrível quando olho a lua, as pedras e os sentimentos deixados ao peso das pedras.

Amores machucados, corações traídos,
Lealdade negada...
Olho ao redor e vejo um mundo sem cores...
...e as pedras continuam lá.




Alann macumba


Os olhos


Na vida, no mundo
Na morte, além
Sua face mostra a saudade e a solidão interna...
Uma enchente de lágrimas,
Uma seca de prazeres,
Uma murcha e aprisionada vida que não pode ser vivida...
Mente doente é a nossa, com todo desprezo do mundo e a melancolia da vida.
O céu escurecido, o rosto do palhaço...
O triste olhar do palhaço...
Crianças que não conseguem sorrir...
Não há brinquedos.
Nossa alegria é a tristeza de outros.
Nossa tristeza é o mundo...
Uma enchente de sangue,
Uma seca de liberdade,
O amor manchado com nosso orgulho e distorcido por nossos próprios sentimentos.
Eu vejo os olhos...
Eu vejo os olhos dela...


Alann macumba

-Realidade Perdida-


Vivendo em agonia, procurando justificativas
Acho que posso morrer a qualquer momento
A grande tragédia é que não morro...
Como alguém pode morrer se já está morto por dentro?

Tentando não desistir de tudo
Porém já cansado de lutar
Algo me chama pro outro lado
Onde está a verdade por trás de toda essa ilusão?

Pessoas bonitas, pessoas de mentira
Horror mascarado, perfeição imperfeita
Algo tenta me mostrar as cores
Mas só vejo preto, branco e tons acinzentados.

Mundo de merda, pessoas imbecis, vida medíocre
Vejo tanta podridão e tento achar uma decência
As armas atiram para todo lado
Assassinando até as almas de quem ainda as tem.

Acho que não consigo mais viver em tal realidade
Acho que não quero ver essa falsa luz
A natureza humana é muito cruel
Acho que voltarei ao meu sono eterno...

...e sonharei para sempre.



Alann Macumba